Quatro obras e a “coincidência”! O que
eu aprendi com "Aventuras de Pi”, “Max e os Felinos”, “Rio” e a “A Caturrita Americana”
Ontem pela manhã resolvi dar uma pausa nas minhas leituras e trabalhos e pedi para minha afilhada encontrar na internet dois filmes que estava curioso por assistir. Ela os localizou num espaço que considero de democratização da cultura, o pirate
Tratam-se dos filmes norte-americanos: Django Livre (2012), dirigido por
Tarantino e As Aventuras de PI (2012), do diretor Ang Lee. Dois diferentes
filmes. Preferi o Tarantino. Aliás, do meu ponto de vista, uma obra prima. A
forma como é exposta a questão da escravidão em Django
Unchained é
impactante. Quentin Tarantino é demais!
Mas Bom! Encerro minhas críticas comparativas sobre esses filmes por
aqui. Não são o objetivo desta reflexão. Em verdade quero falar de outro tema,
de uma relação entre “As Aventuras de Pi” e as outras três obras que compõe a
primeira parte do título: Quatro obras e
a “coincidência”.
Assisti ao filme de Ang Lee ontem à noite e o considerei bem interessante
e instigante. Acordei inquieto, porque não havia conseguido fazer algumas
conexões. Quando fui buscar informações na internet sobre suas metáforas e
alegorias, fui surpreendido por uma matéria da Folha de São Paulo acerca da
acusação de plágio relacionado com o livro que, roteirizado, deu origem ao
filme.
Em resumo, no ano de
2002, o escritor canadense Yann Martel, autor de "As Aventuras de
Pi", foi acusado pela mídia internacional de ter plagiado a história
"Max e os Felinos", do gaúcho Moacyr Scliar (1937-2011). Sem o
objetivo de aprofundar a polêmica discussão sobre o tema, me sinto obrigado a
dizer que parece ser muitas “coincidências”.
Como síntese ilustrativa disso, sugiro que aqueles que viram o filme olhem a
capa do livro. As associações são imediatas.
Mas isso não
importa! Pelo que se pode ver do que foi escrito sobre o tema, Yan Martel,
assumiu, em parte, que foi inspirado pelo livro “Max e os felinos”. Inclusive,
Moacir Scliar, na entrevista disponível no site da Folha, fala com
tranquilidade e revelou na época que não tomaria qualquer providência em
relação a o fato. (site:http://www1.folha.uol.com.br/livrariadafolha/1218896-autor-de-as-aventuras-de-pi-e-suspeito-de-plagiar-brasileiro.shtml)
Dando continuidade. Ainda assistindo a entrevista, recordei de outro
caso que envolve uma “coincidência” entre
um filme norte-americano e uma obra literária gaúcha. Relacionado com as “similitudes” entre as histórias da
arara azul Blu e da Caturrita Darling.
Aqui aparecem, o filme “Rio”, lançado em 2011, dirigido por Carlos
Saldanha, e que concorreu ao Oscar na categoria de melhor canção em 2012, e o
livro infantil do escritor Alcy Cheuiche “A Caturrita Americana”, da Editora
Libretos lançada em 2009.
Gostaria de
registrar que sobre essa relação, quem me alertou foi o amigo Luciano Lutz,
conhecedor da obra de Cheuiche, por ser seu aluno em oficinas de criação
literária. Mas, em razão de uma contaminação paranoide, reservo-me o direito de dizer que realmente são muitas “coincidências”. Sobre isso, também,
procurei na internet. Mas não encontrei nada escrito, nem falado.
Convido todos a ler
o livro e ver o filme para que possam tirar suas próprias conclusões.
Finalizando, lembro
ainda que quando eu e meu querido amigo conversamos sobre isso, me disse ele
que teve a oportunidade de questionar o escritor Alcy Cheuiche, acerca do que faria,
o qual por “coincidência”, da mesma
forma que Moacir Scliar respondeu, com humildade: “Eu acredito que duas pessoas
podem ter a mesma ideia!”
Quanto a segunda
parte do título: O que eu aprendi?
Entre outras coisas, que já passa da hora de retornar para minha tese de
doutorado e que devo – imediatamente – refazer
minha “pesquisa de estado da arte” no banco de teses e dissertações da CAPES,
para evitar “coincidências”!
Marcelo Oliveira de Moura
25/01/2013